Conheça Carol Costa, a louca das plantas

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Os vídeos da jardineira e paisagista Carol Costa, do canal e Instagram Minhas Plantas, no Youtube, fazem a alegria de quase 1 milhão de inscritos.

Com jeito descontraído, ela se tornou uma queridinha não somente porque ensina a cuidar das plantas, mas porque mostra que cuidar do jardins é um ato de amor contagiante, que se espalha como sementes ao vento.

O canal surgiu da curiosidade dos vizinhos de Carol em querer saber por que as plantas da varanda dela eram tão bonitas.

“As pessoas me perguntavam no elevador qual o segredo para as minhas estarem sempre verdinhas. Então comecei a fazer vídeos explicando como regar, como trocar de vaso, como adubar. Os vídeos começaram a ir bem, e o canal nasceu daí”, conta.

Quem vê a desenvoltura de Carol nos seus vídeos, hoje, não faz ideia do sofrimento que foi no começo. “Eu morria de vergonha, tinha que tirar o marido de casa, pra conseguir gravar”, confessa.

Vencendo a depressão com a ajuda das plantas

A jardinagem entrou pra valer na vida de Carol com função terapêutica, para tirá-la de uma depressão, que começou ao perceber que sua profissão não a preenchia mais.

Como um broto que nasce de uma estaca, Carol se reinventou e deixou a jardinagem despontar na sua vida. Criou o site “Minhas Plantas”, escreveu quatro livros sobre o tema, apresentou o programa de TV, “A Louca das Plantas”, no canal GNT, fez websérie e ainda tem tempo para fazer o quadro Jardinaria, na BandNews FM.

Na vida de Carol, a jardinagem tem função terapêutica

No final deste mês, Carol lança seu novo livro: “Minhas Plantas — Paisagismo para Todos (Mesmo os Sem Quintal)”, pela Editora Paralela, um selo da Companhia das Letras.

Mergulhe no mundo “verdinho” de Carol Costa, na entrevista que ela nos concedeu, a seguir.

LM – Você tem 432 mil seguidores no Instagram e 980 mil inscritos no seu canal do Youtube. O que essas pessoas estão buscando?

Carol Costa – A jardinagem está ligada ao autocuidado. A planta de certa forma te estimula a sair da cama quando você está deprimido, porque ela te obriga a conversar com outras pessoas para buscar informações e te tira do isolamento completo.

A planta pode oferecer comida, abrigo, remédio, passatempo, entretenimento aos filhos. Ela pode ser o foco de atividade para pais mais idosos ou avós. E ela te pede muito pouco: apenas água e luz.

E é curioso que essas coisas sejam oferecidas pela natureza, independentemente da ação do ser humano. A gente tem a sensação de que cuida das plantas, mas são as plantas que cuidam da gente.

O que move essas pessoas a encontrar alívio na jardinagem?

O meu curso mais antidepressivo é sobre como fazer muda a partir de uma planta [Carol se refere ao Curso Online Como Tirar Mudas, no qual ensina técnicas para fazer mudas a partir de plantas que se tem em casa].

Às vezes é um galho que não tem folha nenhuma, que é apenas espetado na terra, e vira uma árvore. A batata doce, se você a puser na água, ela solta ramas.

E cada rama do tamanho de um lápis, cortada e enterrada, gera um novo pé de batata doce. Cada estaca é capaz de gerar 8 kg de batata! A jardinagem te dá foco. E é muito importante falar sobre foco, porque se você quer que a planta cresça, você precisa estar atento a ela, identificar pragas no começo, botar a mão na terra, ver se ela precisa de água. Por alguns minutos, ao cuidar da planta, você deixa de estar no celular.

Quais os outros benefícios de jardinar?

Outro benefício é diminuir ansiedade. Você tem a possibilidade de estimular a planta a crescer mais depressa usando adubos, mas isso tem limite, porque chega uma hora que não dá para colocar mais adubo para ela crescer mais rápido.

Quem é ansioso, percebe que não dá para antecipar os processos, porque para a planta ter folha ela precisa ter ramo, para ter ramo precisa ter raiz sólida. Se nao tiver folha, ela não vai produzir flor. Cada coisa a seu tempo.

O que a jardinagem pode nos ensinar?

A jardinagem pode nos dar uma segunda chance. Se na infância você plantou o feijão no algodão e ele morreu, você não pode achar que tem o dedo podre só por isso. E quando planta, você nunca começa do zero de novo.

Você sempre está um passo à frente com relação ao que já sabia. Por algum motivo, as pessoas acham que a jardinagem requer um talento especial, que precisa ter mão boa. Não é nada disso. Sua mãe e sua avó certamente plantaram muito até “ter mão boa”. Todos podem fazer isso.

Quem foram os seus mestres na jardinagem?

A primeira mestra de todas foi a minha mãe, Bia, que sempre gostou muito de plantas. Ela tem olhos verde-escuros como folha, e meu pai a chamava de “Verdinha”. É assim que eu chamo meus leitores.

Minha mãe foi a primeira pessoa a me despertar carinho pelas plantas, lembrar que são seres vivos. Depois eu fui estudar, e conheci Ana Maria Primavesi, uma engenheira austríaca que morreu em janeiro, aos 99 anos. Ela veio para o Brasil na década de 60 e teceu as bases para o entendimento do solo tropical.

Outro mestre foi o maravilhoso paisagista argentino Raul Cânovas, que mora no Brasil, trabalhou com Burle Marx e dá aula de iniciação em jardinagem e paisagismo.

E os amigos Juliana Valentini e Flores Welle, que produzem árvores nativas em Holambra (SP), à frente do Viveiro Oiti e da Escola Orgânica Holambra, um belo projeto de educação ambiental e incentivo à mudança de hábitos. Todos eles foram pessoas que me acolheram quando eu fiz a transição e permitiram que eu crescesse nessa área.

Quais produtos não podem faltar para quem quer jardinar?

É fundamental ter uma boa tesoura de poda e uma tesoura de desbaste. Também é importante ter um regador de bico fino, que te permite mais controle de saída da água e você irá usar muito mais do que um regador chuveirinho, especialmente se você tem vaso alto.

Tesoura para poda: tira galhos secos e dá força para a planta

O regador chuveirinho é mais usado para vasos grandes e canteiro com muita vegetação.

Regador: a água em forma de “chuveiro” imita o efeito da chuva

Uma boa pistola de irrigação é superútil, com a vantagem de ter no bico vários controles de saída de água: névoa, jato forte e shower, por exemplo.

Também é fundamental ter bons vasos, e o momento atual é propício para os ecológicos, feitos a partir de cana de açúcar, e os auto irrigáveis.

Vasos auto irrigáveis são bons amigos dos esquecidos

Os vasos de plástico são um bom quebra-galho para quem mora em apartamento porque não pesam tanto sobre a laje quanto os vasos de cerâmica.

Os suportes também estão em alta, desde os de chão, tripés, mesinhas e estruturas para colocar vaso no alto, até suportes de teto e de parede. A gente está num momento superlegal para explorar macramês, que são suportes mais românticos, ou modernos, como os de ferro.

Outros produtos que não podem faltar são cascas de pinus e vasos sem furo e de barro, para quem vai cultivar orquídeas. Se for fazer horta, garanta a argila expandida, manta de drenagem e casca de pinus.

Para nutrir as plantas, tenha adubo Bokashi, que é o componente orgânico mais completo que existe. Ele tem microorganismos, fungos e bactérias que vão oferecendo nutrientes às plantas.

Quais os principais erros das pessoas ao começarem na jardinagem?

A maioria das pessoas não sabe regar, ou rega como quem benze a planta ou olhando o celular. E há outros erros bem comuns: confundir sol com calor, não adubar, regar sem pôr o dedo na terra para saber se está molhada. Literalmente, a dica é: “não chova no molhado”.

Você tem uma pegada muito legal de reaproveitar produtos: transforma borra de café em substrato, cápsula de café em berçário para plantas. De onde vêm essas ideias?

A jardinagem é uma área onde tudo se reaproveita. A planta morta não perde a função, mas vira adubo para planta viva. Um galho seco vira cobertura de solo.

Se você tivesse que convencer alguém a cultivar plantas, que argumentos você usaria?

Cuidar de plantas é muito divertido. E é prazeroso ver a planta crescer a partir de uma sementinha de nada. É uma centelha de magia no nosso dia.

Leia mais:

Como cuidar de cactos e deixá-los sempre bonitos

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