Revestimento cerâmico: segredos para evitar desperdício
O cenário é bem comum e talvez você já tenha passado por ele: ao finalizar o revestimento cerâmico de uma parede ou piso, você se dá conta de que sobrou uma caixa inteira do material. Se identificou? Este é apenas um exemplo dos inúmeros imprevistos e desperdícios que podem surgir durante uma obra.
Há detalhes comuns que passam despercebidos na hora, mas que podem causar prejuízos bem chatos depois. Por isso, reunimos os principais cuidados para ter, desde o momento da compra até a instalação da cerâmica, evitando gastos desnecessários e garantindo mais economia e menos dor de cabeça durante a reforma.
Revestimento cerâmico: evitando desperdícios
Seja a parede ou, em especial, o piso cerâmico, o revestimento possui diversas vantagens, como durabilidade, variedade de modelos, fácil manutenção e instalação. Além disso, ajuda a manter o ambiente mais fresco e tem um ótimo custo-benefício, com preços bem acessíveis.
Mas não é porque a opção sai mais em conta que a preocupação de evitar desperdícios não deve existir. “É fundamental fazer o levantamento de medidas do local, para desenvolver um projeto, mesmo que básico, verificar a metragem quadrada e planejar a paginação ideal, de forma que que não haja muitos cortes nas peças”, alerta a designer de interiores Gabriella Cortinois.
Veja no que você deve ficar atento:
Ambiente
Entender as características do ambiente a ser revestido é fundamental. O local de aplicação é parede ou piso? A área é residencial, comercial ou industrial? Muito mais do que o gosto, ao especificar o material que será utilizado, deve-se levar em consideração as condições climáticas do local, a estrutura e outros detalhes, como juntas, reforços e acabamentos.
“A escolha das dimensões das peças também faz diferença. Por exemplo, se o espaço for pequeno e você escolher um piso de grandes dimensões, você terá mais cortes nas peças, e com isso, mais desperdício”, diz Gabriella. Já a placa pequena para ambientes grandes requer mais compra de material. Encontre o equilíbrio!
Durabilidade
Você sabia que, dependendo do ambiente onde o material será aplicado, não é todo tipo de cerâmica que suporta? Isso é definido pela sigla PEI (Porcelain Enamel Institute), que indica a resistência do produto e varia de 0 a 5 – quanto maior for o número, mais o piso será resistente ao tráfego.
Por isso, em piso residencial, onde ocorre atrito de calçados, deslizamento de aparelhos ou itens de limpeza e poeira, o PEI da cerâmica deve ser adequado ao ambiente. Caso contrário, o material se deteriora rápido, exigindo manutenção constante ou a troca total em um curto espaço de tempo.
Contudo, é importante destacar que, dentro de uma mesma residência, pode haver alteração de PEI de um cômodo para o outro.
Modelos
Tudo bem se você encontrou na internet a cerâmica ideal para sua cozinha. Mas, antes de finalizar a compra, certifique-se de que a cor e a textura são fiéis às suas expectativas.
Muitas das vezes, a resolução da tela do computador ou celular pode não estar reproduzindo de forma justa o produto que você pesquisa. A dica é ir até a loja mais próxima para conferir de perto, mesmo que, após isso, você finalize a compra pelo site.
Outro ponto importante é consultar se a loja tem a quantidade necessária para a metragem que você precisa.
Sobras
Sim, elas são necessárias. Evitar desperdícios é importante, mas não peque pela economia de comprar uma quantidade exata de material. “Essa folga já é calculada devido às perdas de peças que são inevitáveis, sendo prudente guardar uma sobra do material para possíveis reparos futuros”, orienta a designer de interiores.
Sem contar que você pode não encontrar mais o modelo exato disponível numa próxima compra. “Mesmo que, na ocasião do reparo, o revestimento ainda esteja disponível para venda no mercado, a tonalidade de cor e a espessura variam um pouco de acordo com a fornada e calibre. Você dificilmente vai encontrar o mesmo revestimento”, conta Gabriella.
Existem alguns critérios para definir o percentual de sobra, mas de um modo geral, a especialista diz que pode ser de até 20%. Geralmente, esse percentual já é indicado pelo fabricante para cada tipo de revestimento.
Rejunte
O rejunte funciona não só como acabamento estético, como também preenche as juntas entre uma placa de cerâmica e outra. Por isso, fique atento a isso na hora de aplicar as cerâmicas.
A área ocupada pelo rejunte não pode ser deixada de lado, porque também evita excesso de material. A espessura ficará a gosto de cada pessoa, mas, para conferir um tom mais elegante, o recomendado em aplicações de cerâmica é um espaçamento de até 5mm.
Aplicação
Todo cuidado é pouco nesse processo. Desde o transporte das peças até o manuseio durante a aplicação, a cerâmica exige delicadeza. Desta forma, a profissional recomenda a ajuda de um profissional para olhar todas essas variáveis.
“O valor que a pessoa economiza na execução acaba sendo, na maioria das vezes, maior do que o que ela investiria contratando um profissional qualificado a desenvolver um projeto de forma mais inteligente”, finaliza Gabriella. Assim, você garante seu revestimento cerâmico do jeitinho que você tanto sonha, sem prejuízos para seu bolso.