Há quem se pergunte o motivo de ter uma lareira em um país tropical onde as temperaturas médias estão acima de 20º C. Mas não podemos nos esquecer de regiões, como as do Sul do país, ou mesmo do Sudeste, perto das montanhas, onde o inverno é mais rigoroso. Além disso, há o charme: a lareira é um momento de socialização, quando se recebe amigos em casa ou outras pessoas especiais para encontros mais quentes. “Não se acende a lareira para qualquer visita”, pondera o arquiteto Antonio Fabiano Júnior, que faz muitas casas na região da Grande Campinas e, por isso, já teve de projetar muitas lareiras.
Para ele, a lareira e o fogo têm algo de mágico e bonito, insubstituível, e que por si só já está mais que justificado. Veja algumas que vão deixar a sua casa ainda mais aconchegante. É possível fazer uma lareira construindo-a “do zero”? Sim, “mas tem que ser muito bem projetada, com a inclinação perfeitamente calculada e a execução melhor ainda, para que fumaça e sujeira não voltem para dentro da sala”, explica Antonio. “Eu não faço, porque sai mais caro e a possibilidade de erro é enorme.” Há alguns tipos de lareira disponíveis no mercado, em kits pré-fabricados, que levam em consideração o tamanho do ambiente a aquecer (pequeno, médio e grande). “A verdade é que se perde 90% do calor produzido pela lareira, então bocais e dutos já vêm dimensionados para evitar esse problema, assim como o refluxo de fumaça”, conta o arquiteto.
Além de não permitirem erro, como as lareiras feitas “do zero”, as vantagens dos kits também estão em seus materiais: as peças de concreto são fáceis de montar e revestidas internamente com material refratário (pedras) na área da boca da lareira. Dutos podem ser de chapa de aço ou de concreto pré-moldado, de superfície lisa, que não permitem assim o acúmulo de sujeira. Nos acabamentos, vale tudo que estiver de acordo com a decoração da casa: tijolos de barro, madeira, mármore, pedras mineiras, chapas de aço inox/galvanizado são algumas das sugestões mais usadas.
Além de servirem como base para objetos como porta-retratos e vasos de flores, as prateleiras que vão acima das bocas das lareiras também cumprem a função de barrar fumaça e fagulhas resultantes de aquecimento a lenha. Para casas na cidade, as sugestões são sistemas de lareiras prontas, alimentadas a gás ou as elétricas. Esses sistemas funcionam como fogões: quando a gás, coloca-se fogo em uma boca que fica escondida sob pedras decorativas, de onde sai o calor que aquecerá o ambiente. “O estilo mais comum hoje em dia é a lareira tipo aparador, com prateleira bem larga no topo e base rente ao piso”, explica Josivan Pereira da Silva, docente do curso de Design de Interiores do Senac São Paulo. “Suas bocas são abertas, mais rasgadas, e servem até mesmo de apoio para televisão.” Dentre os acessórios possíveis para uma lareira, Josivan destaca portas frontais, em vidro retangular, para proteger a sala e o usuário de faíscas e da sujeira. “É sempre bom investir em cachorros (grelhas de barras de ferro sobre as quais se coloca a madeira que vai queimar), uma vassourinha e uma pá para remover cinzas”, completa. Há também luvas de proteção resistentes ao calor, em lona parecida com a utilizada na confecção de roupas de bombeiros.
Créditos: Antonio Fabiano Júnior – Arquiteto
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