Semana Jurídica & Compliance LEROY MERLIN e OBRAMAX

PRIMEIRO DIA

Começou ontem (dia 5/08), no auditório da Matriz da Leroy Merlin, a segunda edição da Semana Jurídica & Compliance Leroy Merlin e Obramax. Rodrigo Kalil, Diretor Jurídico de Leroy Merlin e Obramax  fez a abertura do evento, onde fez uma retrospectiva da última edição, que começou pequena e sem grandes expectativas, e em seguida contou a história dos ganhos que o ecossistema jurídico que existe hoje, aqui dentro da Leroy Merlin e da Obramax, vem fazendo a diferença nas atividades do dia a dia, entre os departamentos envolvidos e os parceiros. A ideia é buscar cada vez mais sinergia, para ter um ambiente ainda mais rico para troca de insights, gerando cada vez mais valor para o negócio.

Em seguida, Flávio Franco, do Jurídico Sem Gravata, falou sobre as oportunidades no relacionamento entre Escritórios de Advocacia e Departamentos Jurídicos. A parceria entre jurídico interno e escritórios é fundamental, baseada em confiança, conhecimento do negócio e propostas inovadoras que demonstrem impacto financeiro, urgência e relevância para o cliente. Ele reforçou baseado em estudos que o conhecimento jurídico, embora essencial, não é mais o diferencial competitivo para advogados. O mercado exige competências adicionais, como visão estratégica, comunicação adaptada ao negócio, entendimento profundo do cliente e uso inteligente de tecnologia.

Houve ainda painel de debates sobre a evolução dos departamentos jurídicos no core business, que teve Rodrigo Kalil como moderador e as convidadas Amira Chammas, Diretora Jurídica & Compliance na Tegma e Andréa Benedetto ,Gerente Executiva Jurídica na Comgás.Foram discutidos desafios como resistência à tecnologia, comunicação ineficiente e dificuldades na coleta de dados, especialmente em parcerias com escritórios externos. Também se enfatizou a importância de conhecer as demandas do negócio, promover diversidade e manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. O jurídico moderno deve ser conectado, colaborativo e focado em resultados.

E no fechamento do dia, tivemos ainda a palestra de Ruy Coppola Jr – Diretor de Inovação na LawInova, que falou sobre a IA aplicada no jurídico. Ele abordou a crescente adoção da inteligência artificial no setor jurídico, destacando como a tecnologia tem ampliado a eficiência em atividades como análise contratual, pesquisas, monitoramento regulatório e treinamentos. Exemplos práticos mostraram ganhos relevantes, como a redução drástica de prazos e a identificação de padrões de fraude. Apesar dos avanços, o uso da IA traz desafios importantes que precisam ser considerados: riscos de vazamento de dados, viés algorítmico, perda de controle sobre conteúdos gerados e impactos na reputação profissional quando utilizada sem a devida governança. 



SEGUNDO DIA

Veja como foi o segundo dia da Semana Jurídica & Compliance Leroy Merlin e Obramax, que está sendo realizada no auditório da Matriz da Leroy Merlin:

O primeiro painel do dia foi sobre reputação em jogo, redes sociais, crises e o poder da narrativa que teve a participação de Carolina Braune, Diretoria de Marca da Leroy Merlin, junto com as convidadas Cristina Ribeiro, Diretora de atendimento da Máquina, e Luiza Nuves, Executiva de Diversidade, Inovação e Futuro do trabalho. 

O painel abordou a importância da coerência entre discurso e prática para a construção da reputação de uma empresa, especialmente em um contexto de redes sociais e consumidores atentos. A reputação é definida pela percepção do público, não pelo que a empresa diz sobre si. Em um ambiente polarizado, o equilíbrio emocional se torna fundamental. Redes sociais não são tribunais de certo e errado e exigem preparo, principalmente de quem está na linha de frente. A liderança tem papel central ao oferecer repertório, segurança psicológica e exemplo. O jurídico também tem função estratégica: deve contribuir desde o início, indicando caminhos e ajudando a viabilizar ações. Quando se comunica com empatia e transparência, a reputação da empresa é fortalecida.

Em seguida, o tema do painel foi ESG que se prova: do planejamento para transformar realidades, e teve a participação de Carmem Altemari, Consultora de Desenvolvimento Sustentável da Leroy Merlin junto com Francisco Giordano, Gerente Ambiental da Obramax e das convidadas Alessandra Santos, da Portobello e Cristiane Cortez, da  Fecomercio-SP.

A conversa central do painel girou em torno do  Home Index, selo de sustentabilidade que será atrelado aos produtos para avaliar seu desempenho ambiental de forma clara e acessível. A metodologia analisa todo o ciclo de vida do item, identificando pontos críticos e oportunidades de melhoria. Além de ser uma ferramenta de diagnóstico para empresas, o Home Index também empodera o consumidor ao facilitar a visualização de informações relevantes para a tomada de decisão de compra. Além de se propor a aproximar empresas e consumidores, gerando mais senso crítico e ajudando a transformar padrões de consumo.

A ferramenta também pode impactar toda a cadeia produtiva, pressionando fornecedores e incentivando a indústria a investir em pesquisa e desenvolvimento. Com isso, o Grupo Adeo através de suas Unidades de Negócios se posiciona como um agente transformador, com o papel de traduzir a sustentabilidade em uma linguagem acessível e prática para o consumidor, ao mesmo tempo em que estimula mudanças reais na indústria. O objetivo é tirar a sustentabilidade do discurso e torná-la um compromisso comprovado com seriedade e verdade.

O último painel do dia abordou o tema da Economia Circular em prática: Quase Perfeitos, reputação e consciência de consumo com Andressa Borba, Diretora de Impacto Positivo da Leroy Merlin, junto com Juliana Harari, Supervisora de Inovação da Leroy Merlin e Jacqueline Raffoul, do escritório  Carvalho, Machado e Timm Advogados.

O painel destacou como a economia circular é uma estratégia central para reduzir os impactos ambientais do Grupo Adeo, considerando que 90% desses impactos estão relacionados aos produtos oferecidos, como climatização, banheiro e materiais básicos. Para enfrentar esse desafio, o grupo busca identificar áreas de atuação por meio de análises detalhadas e desenvolver processos em parceria com a indústria e fornecedores, promovendo eficiência e inovação no ciclo de vida dos produtos. A economia circular não se limita à redução de resíduos, mas inclui práticas como reaproveitamento, reparabilidade e criação de uma “segunda vida” para os produtos.

O case Quase Perfeitos foi um dos destaques desse painel. O projeto, iniciado na França e implementado no Brasil, promove a venda de produtos com pequenas avarias que seriam descartados, reduzindo o desperdício e incentivando o consumo consciente. No piloto realizado na loja Raposo Tavares (SP), os produtos foram vendidos com até 70% de desconto, alcançando 96% de vendas em nove meses. O projeto passou por análise jurídica para mitigar riscos e garantir que os consumidores fossem informados de forma clara e precisa sobre as avarias, em alinhamento com os princípios do Código de Defesa do Consumidor.



TERCEIRO DIA

Confira aqui como foi o último dia da Semana Jurídica & Compliance Leroy Merlin e Obramax 2025:

O primeiro painel discutiu os principais desafios nas relações de trabalho, focando na jornada 6×1 e nas atualizações da NR1 e teve a participação de Michelle Dapper, nossa Diretora de Recursos Humanos, que recebeu os convidados Eduardo Raupp,Raupp Moreira advogados, Márcia Burman, do Autuori, Burman Advogados, e  Luciana Freire, do Freire, Capanema e Belmonte Advogados.

Sobre a jornada, destacou-se que a redução da carga horária enfrenta equívocos, pois o problema está em fatores estruturais do país, não nos trabalhadores. No varejo, a jornada 6×1 afeta mais devido à volatilidade da demanda, e a solução passa pela negociação coletiva, considerando diferenças entre empresas e riscos jurídicos.

Outro tema importante foi a saúde mental no trabalho, especialmente pós-pandemia, com aumento de afastamentos por burnout. A nova NR1, válida a partir de 2026, exige que as empresas identifiquem e controlem riscos psicossociais, envolvendo trabalhadores e áreas internas, sob pena de penalidades. Ainda há dúvidas sobre fiscalização, o que reforça a necessidade de preparo.

Já o segundo tema do dia foi Reforma Tributária em transformação: entre incertezas e expectativas, os desafios para o presente e o futuro que foi moderado por Sebastien Brich e com a participação dos convidados Paula Pitão, Especialista em Tributos Indiretos da Ernst & Young, e Eduardo Natal, do  Natal & Manssur Advogados.

O painel tratou das mudanças que a reforma tributária trará ao varejo no Brasil, substituindo tributos complexos por um modelo parecido com o IVA, visando simplificar e aumentar a transparência. O objetivo é simplificar a tributação, trazer mais neutralidade, transparência e segurança jurídica.  A transição começa em 2026 e será completa até 2033.

A reforma impactará várias áreas das empresas, exigindo revisão de contratos, precificação, cadeia de suprimentos e capacitação dos profissionais para explicar o novo modelo ao consumidor, que terá os tributos destacados separadamente nas compras.

Além do aspecto fiscal, a reforma requer adaptação tecnológica e estratégica, podendo afetar o fluxo de caixa e práticas comerciais, exigir novas estratégias de aquisição e pricing e mudar a forma como bonificações e tributos são tratados. O modelo de split payment (pagamento parcelado) busca equilibrar a concorrência. A mudança deve ser vista como uma oportunidade para inovação e maior eficiência no setor.

E para fechar o evento de 2025, o último painel abordou o tema de Como Fazer Negócios no Brasil: desafios e oportunidades, que teve a mediação conduzida pelo nosso Diretor Financeiro, Julien Gazier, e a participação dos convidados Nelson Andreatta, CEO Eats For You, Eduardo Barbosa, Head de Engenharia da Cyrela, e  Huberto Damas, Diretor de Estratégia e Transformação do Grupo Bittencourt.

O painel reuniu representantes de três perfis bem distintos de negócios, já que a Cyrela  é do mercado imobiliário, logístico e galpões, a Eats For You é uma startup de alimentação e impacto social e o Grupo Bittencourt presta consultoria para franquias e redes. A conversa fluiu mais descontraída, mas repleta de insights práticos sobre como operar no Brasil diante dos desafios estruturais, regulatórios e das mudanças em curso, como a reforma tributária.

Apesar das diferenças de negócios, todos os participantes destacaram a importância da adaptação estratégica, da inovação tecnológica e da atuação próxima a clientes, parceiros e marcos regulatórios, especialmente para quem precisa escalar ou transformar o modelo de negócios.

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