Dicas para tornar sua casa mais sustentável: materiais, iluminação e mais
Não é de hoje que a sustentabilidade virou pauta nos noticiários e nas conversas diárias. Para evitar esgotar os recursos do nosso planeta, cada vez mais são feitos esforços para reaproveitar materiais e buscar soluções mais ecológicas. Então que tal algumas dicas para tornar sua casa mais sustentável também?
Além de apostar em materiais de construção com o selo verde, na hora de decorar, também é importante ficar atento ao que é prejudicial ao meio ambiente. O arquiteto Lucas Christino, com especialização em sustentabilidade, dá dicas para transformar a sua casa sem agredir o planeta. Confira!
Dicas para tornar sua casa mais sustentável
Lucas Christino destaca que aplicar os conceitos da sustentabilidade deve ser um dever de todos, visando sempre o bem-estar não apenas do meio ambiente, mas também das futuras gerações. Por isso, a palavra de ordem é reaproveitamento.
“O que hoje é um pneu velho, amanhã pode se transformar em um balanço ou até mesmo em uma linda cama para seu cachorro. Na indústria, esse mesmo pneu é reciclado, se transformando em um excelente piso emborrachado, resistente, permeável, de fácil manutenção e alta durabilidade”, exemplifica o arquiteto.
O especialista ainda completa, explicando que “descartado na natureza, o tempo de decomposição desse material é indeterminado, quando queimado elimina substâncias tóxicas diretamente na atmosfera”.
DIY não é brega
Ainda existe certo preconceito com o DIY (o famoso “Do It Yourself” ou, em português, “Faça Você Mesmo”). Muitas pessoas associam o uso de materiais reciclados com uma decoração brega e acreditam que o risco de não comprar algo pronto é alto demais.
Lucas Christino defende que a decoração é muito pessoal e o importante é que cada um esteja satisfeito com o que escolheu. Uma boa ideia é buscar referências na internet antes de simplesmente botar a mão na massa.
“Se jogue no reaproveitamento de peças, materiais e utensílios. Potes de palmitos com a aplicação de uma renda ou pintados com tinta, sal grosso ou água fazendo base na parte interna, se transformam em excelentes porta-velas, por exemplo. Não tenha medo de ousar, sua casa é seu refúgio. Pesquise, salve referências, comente e descubra seu gosto e seu potencial”, afirma o arquiteto.
Madeira: usar ou não?
Móveis e revestimentos de madeira causam aquela maravilhosa sensação de conforto. Mas, já que estamos falando em sustentabilidade, será que mobílias feitas com o material são uma boa ideia?
Lucas Christino sugere algumas alternativas que podem substituí-la sem fazer com que o ambiente perca no quesito beleza: “Pastilhas ecológicas feitas do plástico de garrafas pet, móveis e decks de madeira plástica provenientes de resíduos plásticos industriais e fibras vegetais são alternativas ecologicamente corretas e com grande durabilidade”, afirma. Ele sugere ainda que a cor das pastilhas seja dosada para causar diferentes sensações em cada cômodo da casa.
Ainda assim, o uso da madeira verdadeira não é proibido, mas é importante buscar empresas que trabalham reflorestamento. Isso porque algumas árvores são plantadas com o intuito de serem extraídas, evitando o corte de áreas de mata nativa. “Dê sempre preferência para madeira de Eucalipto ou de Pinus, árvores que têm uma rápida velocidade de crescimento e são as mais encontradas nesse mercado”, explica Lucas Christino.
Informação acima de tudo
Antes de sair comprando tudo que tenha selo verde pela frente, é importante lembrar a necessidade da pesquisa. Afinal, não é porque o produto não agride o meio ambiente no momento da utilização que ele não causou danos até chegar em suas mãos.
“Não pense que ser sustentável é comprar madeira plástica ou de reflorestamento que tenha atravessado um continente para chegar até ali. Já contabilizou a quantidade de CO2 emitido para que aquele material chegasse até você? Reaproveite peças: uma poltrona antiga da vovó pode ser reencapada, lixada, pintada e se tornar um móvel novo para sua sala”, sugere o arquiteto.
Lucas Christino também destaca que alguns materiais podem ser aplicados em praticamente qualquer lugar, o que permite não só economia na compra do material mas também reaproveitamento com o passar do tempo.
É o caso da tinta que, após aplicada, não impede que, no futuro, você mude completamente a decoração da casa. O arquiteto sugere o uso daquelas feitas à base de água ou mesmo as ecológicas, feitas com matérias-primas naturais, sem componentes sintéticos ou derivados do petróleo.
“Você sabia que terra argilosa, água, cola branca e açafrão podem se transformar juntos em tinta? Além disso, como todos esses componentes são naturais eles deixam a parede respirar, permitindo a troca de calor, auxiliando no combate à umidade e tornando a temperatura do cômodo mais agradável”, explica.
Luz e água: uma economia necessária
Muito se fala sobre a economia de luz e água, mas isso vai muito além de evitar deixar quartos acesos sem ninguém dentro ou tomar um banho de 30 minutos. Substituições e, em alguns casos, obras são necessárias. Embora, a curto prazo, o custo possa parecer elevado, com o passar do tempo, isso irá se mostrar muito vantajoso, já que as contas no fim do mês virão reduzidas.
Economia de luz
No caso da iluminação, Lucas Christino indica as lâmpadas de LED como “amigas da natureza”. Isso porque, além de econômicas, elas têm alta durabilidade e podem chegar a até 50 mil horas de vida útil.
Além de ajudar no bolso, o LED não possui metais pesados, como o chumbo e o mercúrio, em sua composição e a maioria de seus componentes podem ser reaproveitados ou reciclados na fabricação de novas lâmpadas ou outros materiais.
Economia de água
Já quando estamos falando em água, é preciso verificar todo o sistema hidráulico em busca de vazamentos ou problemas. Só então o arquiteto sugere investir em arejadores, redutores de vazão, sensores de presença e bacias sanitárias com controle duplo de acionamento.
“Caso seja possível, armazene água de chuva. Mas lembre-se: o local da armazenagem deverá ser completamente vedado, evitando a proliferação de mosquitos. Além disso, água pluvial é destinada apenas para fins não potáveis, como lavagem de carros, calçadas e rega de plantas. Nunca utilize para consumo! No quintal ou na calçada, utilize vassouras e/ou planeje a lavagem desses ambientes apenas em um dia na semana”, destaca.
Ser sustentável vai além da reforma
Se você acha que basta criar uma casa ecológica que a sua parte para com o mundo está terminada, saiba que está muito enganado! Pequenos cuidados devem ser tomados no dia a dia e vão desde a adesão da coleta seletiva até o descarte correto de alguns materiais. “Separe o óleo utilizado em frituras para reciclagem e nunca elimine pelo ralo ou pela vaso sanitário, já que ele solidifica, causando entupimento da rede”, alerta o arquiteto Lucas Christino.
Após seguir todas essas dicas para tornar sua casa mais sustentável, você terá não apenas uma casa transformada, como também estará contribuindo para um mundo mais verde!