Já ouviu falar em construção sustentável? Conheça e saiba como fazer
A busca por alternativas sustentáveis está cada vez mais presente na nossa realidade. Diversos setores da indústria tiveram de se adaptar e criar alternativas para quem busca causar o menor impacto possível ao meio ambiente. Esse movimento chegou até a arquitetura, permitindo a construção sustentável de casas com materiais que não agridem o nosso planeta.
Se você pensa em fazer uma obra na sua casa, ou mesmo mudar a decoração, seguindo esse pensamento mais responsável, siga as dicas da arquiteta Flavia Alvarenga, do “Arque Arquitetura & Construção Sustentável”:
Construção sustentável
É preciso pensar na obra como um todo
A arquiteta defende que qualquer um pode optar pela construção sustentável e explica que o primeiro passo é escolher fornecedores que também reutilizem, reciclem e reaproveitem os materiais, antes de pensar no descarte. Além disso, não basta comprar insumos com um “selo verde” se, durante a obra, essa ideologia for deixada de lado.
“É preciso ter cuidado em todas as etapas, sobretudo na escolha dos componentes e processos a serem utilizados, bem como no destino dos resíduos e dejetos produzidos ou na água que está sendo gasta, por exemplo. Também é importante ter um envolvimento entre os participantes, para que haja um compromisso do grupo não só com o meio ambiente, mas também com a economia de energia e água que poderá ser feita, por exemplo, naquela construção depois da obra”, defende Flavia Alvarenga.
Da construção civil aos revestimentos
Acredite: o mercado está cheio de opções sustentáveis. E isso não significa que o material tenha que ser novo. Pelo contrário: a reutilização de materiais é uma ótima forma de ajudar o meio ambiente. Vidro e alumínio são exemplos citados por Flavia, mas, entre as alternativas ainda mais verdes, estão o uso de madeiras reconstituídas e de tijolos ecológicos que, na fabricação, não precisam de fogo e, durante a cura, necessitam de pouca água.
“Existem vários materiais que, por sua composição, poderiam ser sustentáveis, mas que, em algum ponto da cadeia produtiva, utilizam a queima de lenha e a liberação de gases tóxicos ou poluem rios e açudes em seu processo de fabricação. Para esses, é necessário uma análise mais ampla com base em certificações e mecanismos de compensação de poluentes”, alerta a arquiteta.
Já quando o assunto é revestimento para uma construção sustentável, Flavia sugere produtos de matérias-primas muito comuns na nossa vida cotidiana, como PETs e pneus. As opções não são poucas e vão de pastilhas para paredes a pisos. Já quem procura por tintas pode optar por modelos feitos à base de água, com pigmentos naturais.
Na hora de pensar na decoração, busque a procedência dos objetos que você está utilizando. Por exemplo, quando for escolher as almofadas, dê preferência àquelas com tecidos de fibras com tingimentos naturais.
Versatilidade dos materiais
Uma das grandes vantagens de usar materiais sustentáveis é que eles podem ser utilizados em diversos cômodos da casa. Flavia Alvarenga considera que o vidro é um coringa, já que ele fica bem na varanda, no banheiro, na cozinha, nos armários e até nos acabamentos. O porcelanato também é indicado em diversos cômodos, desde que sua fabricação seja investigada.
Já o alumínio é citado por sua grande versatilidade, tendo uma aplicação que vai desde janelas a estruturas internas de paredes divisórias, passando por mobiliário e acabamentos. Mas, se você busca uma alternativa para o ambiente externo, uma opção citada por Flavia é a madeira plástica, que é impermeável. O material pode servir, por exemplo, como piso em decks de piscina ou revestimento de fachadas.
Por fim, a arquiteta cita os painéis de madeira reconstruída, que cabem para armários e móveis em todos os ambientes. Além disso, eles podem revestir paredes. No mercado, existem os de fibra de bananeira ou de bambu certificado.
Sustentabilidade também é sinônimo de economia
Se você ainda não encontrou motivos suficientes para tornar a sua casa mais sustentável, aí vai mais um: a economia nas contas. Embora o investimento inicial seja maior, com os anos, ele acaba sendo pago e tornando-se uma grande vantagem aos que optaram por ele. Os exemplos mais comuns são as placas fotovoltaicas e painéis solares, além de sistemas de reutilização de água cinza nos banheiros e área de serviço.
“Quanto aos revestimentos e acabamentos que podem gerar economia, telhas de vidro e lâmpadas de LED ajudam na economia de energia elétrica, bem como revestimentos de cor clara que refletem a luz. Já existe um revestimento à base de látex (borracha da Amazônia) que impermeabiliza, isola térmica e acusticamente, evita trincas em terraços e reservatórios e que, na cor branca, também ajuda na reflexão da luz. Isso pode ajudar a evitar infiltrações, aquecimentos e uso de ar condicionado”, aponta a arquiteta.
Para finalizar, a última dica está relacionada com a economia de água: a utilização de arejadores, que são acoplados em torneiras ou chuveiros, ou então sensores de presença ou movimento em torneiras. Os dois são perfeitos para quem quer evitar o desperdício, ajudando o planeta e ainda pagando menos na conta no fim do mês.